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QUARTA-FEIRA DE CINZAS – JEJUM PARA A PAZ

Mt 6, 1-6; 16-18

“… quando deres esmola, não mandes tocar a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas … o teu Pai, que vê no escondido, te dará a recompensa

Começa o tempo quaresmal!  A vida de fé, irmãos e irmãs caríssimos, não é um produto que se coloque nos mercados do mundo.  É olhar para dentro identificando caminhos para subir dos nossos próprios desfiladeiros.  “É este o tempo favorável …” (2 Cor 6,2)!

Neste tempo, a penitência exigida de nós centra-se sobretudo no plano interior.  Com efeito, o Senhor diz: “voltai para mim de todo o coração …” (Jl 2, 12).  Resumindo, paremos de virar as costas ao Criador deixando-O à margem da nossa vida, levemos-O para o centro de nós mesmos, ou seja, o coração. Convertei-vos!

Mais uma vez, Ele nos diz: “voltai para o Senhor vosso Deus, pois Ele é bom e misericordioso …”.  (Jl 2,13).  Convertei-vos! Nós como pecadores e Deus como misericórdia.  As duas coisas andam juntas: se vemos a nossa fragilidade constitucional, a nossa pecaminosidade, que é mais do que um simples nosso pecado, mas é a nossa condição humana, então entendemos que sozinhos somos incapazes, precisamos sim de um abraço misericordioso.

Vamos começar de novo, buscadores de Deus, quarenta dias de viagem para redescobrir coisas que duram para sempre, para encontrar pérolas nas quais apostar a nossa vida.  E nesta caminhada somos como pagãos, como disse Jean Danielou, teólogo francês e cardeal do século XX: “um cristão é apenas um pagão no caminho da conversão”.

Depois de “BUCADO” (tradição santomense de adeus a carne …), caríssimos, urge a leveza do jejum, oração e caridade para voltar para Casa nestes 40 dias que nos esperam. O primeiro é um convite para se apressar, o segundo é olhar para cima, o terceiro é o amor concreto.

É um momento de essencialidade para recuperar o peso ideal da fé.  Começa com o rito das cinzas, um apelo à transitoriedade, mas também uma nova vida.  Portanto, “tu és pó e ao pó hás de voltar” (Gn 3,19).

E conscientes desta realidade, nos adverte São Clemente I na sua Carta aos Coríntios: “… convertamo-nos sinceramente, abandonando as obras más, as contendas e as invejas que conduzem à morte…, evitemos toda a espécie de soberba, vaidade, insensatez e cólera…”.  Eu diria: morrerás, homem…! De nós, restarão somente as cinzas, !

Que o Senhor, Deus misericordioso, nos conceda de viver este tempo como uma sua chamada a descobri-Lo pelo que Ele é para nós e para todos os homens;  nos conceda de nos sentir “sua terra” sobre a qual chove a sua compaixão.

Um Santo Tempo Quaresmal para todos Vós. JB

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