O combate à intolerância para com as comunidades religiosas, mesmo majoritárias, a necessidade de se chegar a um acordo sobre o significado dos direitos humanos e a importância dos compromissos concordados consensualmente. Estes são os pontos-chave das três Declarações da Missão Permanente da Santa Sé em Viena expressas na Conferência ODIHR: “Três décadas e prontos para o futuro Democracia, direitos humanos e segurança”.
Debora Donnini – Cidade do Vaticano
Os “crimes contra os cristãos não são mais um fenômeno marginal”. Intolerância e discriminação afetam não apenas as comunidades minoritárias, mas também as majoritárias. Muitas vezes o termo “minorias” é considerado sinônimo de “vítimas”, sem que se perceba que as vítimas de tais crimes poderiam também pertencer a maiorias. É a partir desta consideração que a Missão Permanente da Santa Sé junto às Organizações Internacionais em Viena expressa sua exortação para evitar uma abordagem seletiva na atenção às formas de discriminação religiosa, observando também que nenhuma parte da região da OSCE é imune a atos de intolerância.
O convite está contido em uma das três Declarações divulgadas na sexta-feira, 15, pela própria Missão Permanente sobre vários aspectos dos direitos humanos e da segurança, durante a Conferência ODIHR (Office for Democratic Institutions and Human Rights), que é uma instituição da OSCE, a Organização para Segurança e a Cooperação na Europa.
A Conferência de Varsóvia, no 30º aniversário do ODIHR, tem como título “Três Décadas e prontos para o Futuro Democracia, Direitos Humanos e Segurança”.
Com relação à perseguição religiosa, o ODIHR registrou casos de ameaças, ataques violentos, assassinatos, profanações de igrejas, devastação de locais de culto, cemitérios e outros bens religiosos. Uma realidade não tão rara na área da OSCE e “um fenômeno crescente”.